Por Farol Tocantinense.
A Justiça do Maranhão acatou o pedido da Polícia Civil e determinou a prisão preventiva de dois policiais militares do Tocantins, Etevaldo José Machado Silva Júnior e Elielson Rocha Sales, os principais suspeitos pelo assassinato de Maria de Jesus Sousa Moraes em Imperatriz (MA). O crime ocorreu em 10 de fevereiro deste ano, quando a vítima, tia de Etevaldo, foi fatalmente atingida por tiros no bairro Parque Alvorada.
Os suspeitos foram detidos dois dias após o crime, quando uma arma supostamente furtada da PM do Tocantins foi apreendida com eles. A prisão temporária foi prorrogada e agora convertida em preventiva por tempo indeterminado.
Etevaldo é cabo da PM e Elielson atua como soldado. Durante a investigação, foram encontradas duas armas de fogo com os suspeitos, uma delas com numeração raspada, além de um carregador de pistola com capacidade para 19 munições, sendo que apenas 13 estavam intactas. Uma das armas foi identificada como um revólver calibre .38, que teria sido furtado do 9º Batalhão da PM de Araguatins.
A defesa dos militares já solicitou habeas corpus para anular a prisão preventiva, alegando falta de reconhecimento dos suspeitos e reconstituição do crime na investigação.
Segundo a Polícia Militar do Maranhão, os suspeitos estavam em uma moto no momento do crime, quando teriam passado pela vítima e efetuado os disparos. No entanto, a polícia maranhense afirma que estava perseguindo outra pessoa que se escondeu na casa da vítima e que os tiros foram ouvidos quando eles estavam próximos, resultando na prisão dos militares do Tocantins.
Durante as investigações, uma testemunha, companheira da vítima, relatou que Etevaldo não aceitava o relacionamento da tia e que já o teria ameaçado anteriormente, chegando a levá-lo para um matagal em 2022. Os militares negaram o crime e alegaram estar indo para o aeroporto para fazer exercícios físicos.
Os dois permanecem detidos em Imperatriz, sob custódia da PM-MA, e devem responder pelo crime de feminicídio. A decisão judicial destaca o alto grau de periculosidade dos suspeitos, evidenciando sua frieza e indiferença à vida humana.
O que diz a PM-TO?
“A Polícia Militar do Tocantins informa que o procedimento administrativo para apuração disciplinar dos militares está em fase de instrução processual, dentro do prazo regulamentar. O prazo para conclusão é de 30 dias, prorrogáveis por mais 20 dias, caso necessário”.
Veja a nota da Defesa dos PMs
“A prisão preventiva, quando o acusado é policial militar, ocorre quase que de forma automática em razão do estigma já erigido sobre a classe dos policiais militares. E, a prisão preventiva será combatida e já impetramos Habeas Corpus para que ela seja anulada. Os dois policiais estão sendo apontados como suspeitos sem elementos de provas robustas, sendo que o laudo do exame pericial realizados sobre as armas com eles apreendidas no momento em que foram presos pela guarnição da PMMA exclui o uso delas no homicídio.
No inquérito não foi realizada reconstituição e os dois policiais presos não foram submetidos à reconhecimento perante as testemunhas oculares, bem como não foram realizados exames de recenticidade nas armas apreendidas e nem nas mãos dos policiais. A suspeita que recai sobre eles é em razão de terem sido abordados há 4 (quatro) quadras do local do homicídio, sendo que um dos policiais reside a menos de 100 (cem) metro do local da ocorrência do homicídio. Os dois policiais haviam acabado de sair da residência do policial Elielson. Assim, em resumo, não há porque eles terem a prisão preventiva decretada”.