Operação Overclean: Ex-Secretário de Tocantins é Preso na Operação Overclean

Claudinei Aparecido Quaresemin, ex-secretário de Parcerias e Investimentos do Tocantins e sobrinho do ex-governador Mauro Carlesse, foi preso preventivamente nesta terça-feira 10 de dezembro  durante a “Operação Overclean”. A ação foi conduzida por uma força-tarefa que inclui a Polícia Federal (PF), o Ministério Público Federal (MPF), a Receita Federal e a Controladoria-Geral da União. Ele é suspeito de integrar uma organização criminosa envolvida em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro.

Ao todo, a operação cumpriu 17 mandados de prisão preventiva, 43 de busca e apreensão e diversas ordens de sequestro de bens em cinco estados: Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Entre os bens apreendidos estão aeronaves, imóveis de luxo, barcos e veículos de alto padrão. Segundo a PF, o esquema movimentou cerca de R$ 1,4 bilhão, incluindo R$ 825 milhões em contratos públicos somente em 2024.

Esquema de Fraudes e Superfaturamentos

As investigações revelam que a organização criminosa direcionava recursos de emendas parlamentares e convênios para empresas relacionadas a administrações municipais por meio de superfaturamento em obras e desvio de verbas. Quaresemin teria favorecido a empresa Larclean Saúde Ambiental em licitações realizadas pelas secretarias estaduais de Educação (Seduc) e Administração (Secad).

Na Seduc, o contrato inicial com a Larclean foi de mais de R$ 13 milhões, mas aditivos elevaram o valor para R$ 16.901.880,25. Também foi firmado um contrato adicional de R$ 1.543.600,00 para serviços de sanitização na sede da própria secretaria. Na Secad, a licitação alcançou R$ 9.392.642,40. De 2021 a 2024, a Larclean recebeu mais de R$ 59 milhões do estado do Tocantins, distribuídos da seguinte forma:

  • R$ 13.568.759,18 em 2021;
  • R$ 18.649.522,68 em 2022;
  • R$ 18.100.385,03 em 2023;
  • R$ 8.945.565,09 em 2024.

Quaresemin teria recebido transferências bancárias no total de R$ 805.400,00, efetuadas por outro investigado na operação, Alex Parente, através de contas de empresas. Itallo Moreira de Almeida, servidor da Seduc, também teria recebido R$ 172.590,00 em transferências determinadas por Alex Parente, por meio de terceiros.

Posicionamento do Governo do Estado

A Secretaria da Administração (Secad) informou que o processo licitatório envolvendo a Larclean Saúde Ambiental foi realizado por meio de pregão eletrônico do tipo menor preço, respeitando as normas vigentes. O processo resultou na Ata de Registro de Preços nº 90031/2024, publicada no Diário Oficial nº 6694, de 08 de novembro de 2024. Apesar disso, não houve contratação formal ou continuidade de contratações vinculadas à referida ata. A secretaria afirmou estar ciente das investigações e decidiu suspender quaisquer procedimentos até que os fatos sejam esclarecidos.

A Seduc informou que o contrato com a Larclean foi firmado em 2020, durante a gestão do ex-governador Mauro Carlesse, para a prestação de serviços de dedetização e desratização em escolas estaduais e prédios administrativos. Apesar da necessidade de continuidade dos serviços, os pagamentos foram suspensos após o início da operação.

Ambas as pastas reafirmaram compromisso com a transparência e a ética na gestão pública, colocando-se à disposição para esclarecimentos adicionais à sociedade e às autoridades competentes.

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