Nos meses de calor intenso e umidade elevada, as condições ambientais se tornam ideais para a proliferação do flebotomíneo, conhecido popularmente como mosquito-palha — vetor da leishmaniose visceral (LV), doença parasitária grave que pode atingir humanos e animais. Diante do cenário, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Araguaína alerta a população para os riscos da enfermidade e reforça as ações de prevenção, principalmente devido à ausência de vacina para humanos.
Embora a ameaça continue existindo, Araguaína tem mostrado avanços significativos no controle da doença. Em 2024, foram notificados nove casos em humanos. Até o momento, em 2025, são apenas três registros — uma redução que demonstra eficácia das medidas adotadas, mas que não permite relaxamento. A Secretaria da Saúde enfatiza que a prevenção deve ser contínua, pois a leishmaniose pode evoluir para complicações graves e, sem tratamento adequado, levar à morte.
“O controle da doença depende de todos nós: moradores, agentes de saúde e veterinários. Recomendamos o uso de coleiras repelentes em cães e a notificação imediata de qualquer suspeita ao CCZ. São medidas simples que salvam vidas humanas e animais, fortalecendo nossa rede de vigilância”, destacou a secretária da Saúde, Ana Paula Abadia.
A Prefeitura realiza diversas ações coordenadas, com o envolvimento dos Agentes de Combate às Endemias (ACE) e dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), que orientam moradores sobre cuidados com os quintais, destacando a importância de mantê-los livres de folhas, frutas e fezes de animais — materiais que funcionam como criadouros para o mosquito-palha. Além disso, são reforçadas orientações sobre o uso de repelentes, mosquiteiros e evitar exposição ao ar livre no entardecer e à noite, horários de maior atividade do vetor.
Um ponto importante no combate é o cumprimento da Lei Municipal nº 2908/2014, que proíbe a criação de aves e suínos na zona urbana, contribuindo para a manutenção da higiene e redução da presença de vetores.
A atuação voltada para os animais inclui exames em cães — principais hospedeiros domésticos do parasita — para diagnóstico da leishmaniose canina. Caso o resultado seja positivo, os cães são recolhidos, exceto nos casos em que os tutores optam por realizar o tratamento. Em 35 bairros prioritários, o Município realiza o encoleiramento de cães com visitas domiciliares e substituição das coleiras a cada seis meses.
A rede municipal também realiza atendimentos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) para pacientes com suspeita da doença, garantindo diagnóstico e encaminhamento para tratamento. Simultaneamente, campanhas educativas com palestras e apresentações teatrais com fantoches são realizadas em escolas e comunidades, promovendo conscientização sobre a gravidade e a prevenção da leishmaniose visceral.
Os bairros que estão recebendo as ações de encoleiramento incluem: Parque Bom Viver, Setor Barros, Jardim Boa Vista, Costa Esmeralda, Parque Primavera Norte, Setor Maracanã, Setor Universitário, Jardim das Mangueiras, Campus Universitário, Vila Goiás, Vila Santiago, Vila Santa Rita, Residencial Topázio, Jardim Mangabeira, Setor Sul, Jardim Paraíso I, Setor Presidente Lula, Imaculada Conceição, Araguaína Sul, Raizal, Setor Tocantins, Residencial Camargo, Vila Ribeiro, Residencial Flamboyant, Setor Vitória, Céu Azul, Residencial Cazarotto, Alto Bonito, Tiúba, Vila Nova, Parque Primavera, Setor Palmas, Itaipú, Vila Aliança e Vila Patrocínio.
Os sintomas da doença em humanos incluem febre persistente, fraqueza, perda de peso e aumento do baço e do fígado. Em cães, os sinais mais frequentes são queda de pelos, lesões cutâneas, crescimento exagerado das unhas e emagrecimento. Como ainda não existe vacina para humanos, as medidas preventivas são cruciais: manter ambientes limpos, utilizar roupas que protejam o corpo, aplicar repelentes e colaborar com as equipes de saúde no monitoramento animal.