Caseara do Tocantins tem terceiro prefeito em menos de um mês; entenda motivos;

A cidade de Caseara, situada na região oeste do estado do Tocantins, enfrenta uma fase tumultuada em sua política, marcada pela rápida sucessão de três prefeitos em menos de um mês. As mudanças tiveram início quando a prefeita eleita, Ildislene Santana (DEM), foi afastada devido a uma investigação sobre suspeitas de fraude em licitações, desencadeando um cenário de instabilidade na administração municipal.

Localizada próxima à divisa com o Pará e com uma população de aproximadamente 4,8 mil habitantes, Caseara viu o vereador Marcos Carvalho Lima (PTB), conhecido como Marcos Chico, assumir a posição de prefeito após o afastamento de Ildislene. Este processo ocorreu em meio a uma operação da Polícia Civil, realizada no início de dezembro, que resultou no afastamento não apenas da prefeita, mas também de seu vice, secretários e o então presidente da Câmara de Vereadores, Cleber Pinto Cavalcante (DEM). Todos os envolvidos negaram as acusações.

Com a saída de Ildislene, o vereador Suair Mariano de Melo (PSD), então vice-presidente da Câmara, assumiu a prefeitura em 5 de dezembro de 2023. No entanto, sua permanência foi breve, pois a eleição da nova mesa diretora da Câmara de Vereadores em dezembro conduziu Marcos Carvalho Lima à presidência.

Assim, no dia 1º de janeiro de 2024, Marcos Chico assumiu o cargo de prefeito, sucedendo Suair Mariano. Sua permanência no cargo é por tempo indeterminado, podendo estender-se até o término de seu mandato como presidente da Câmara.

O novo prefeito destacou ao que, neste início de 2024, sua prioridade é regularizar o pagamento dos servidores, além de abordar questões como a limpeza da cidade e outras demandas específicas. Marcos Chico afirmou estar avaliando as necessidades de cada secretaria e dando ênfase às áreas de saúde e educação, incluindo a manutenção dos ônibus para o retorno às aulas.

A operação que resultou no afastamento da prefeita Ildislene foi conduzida pela 6ª Divisão Especializada de Repressão ao Crime Organizado (DEIC). Durante a operação, foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão na sede da prefeitura e em endereços dos investigados. Além disso, 15 mandados de afastamento da função pública, 20 medidas cautelares e recolhimento de fianças totalizando R$ 1,6 milhão foram executados, todos emitidos pelo Tribunal de Justiça.

A investigação da Polícia Civil centra-se em contratos de locação de veículos realizados em 2017 pelas secretarias de Saúde e Educação, apontando indícios de fraude em licitações, uso de documentos falsos e superfaturamento. A polícia acredita que a empresa contratada seja uma empresa fantasma criada em 2016, logo após a eleição da prefeita para seu primeiro mandato. Os contratos encerraram-se em 2021, e há suspeitas de que a empresa não possuía frota suficiente para atender às demandas. As investigações também revelaram movimentações financeiras superiores a R$ 23 milhões entre 2016 e 2020, envolvendo a empresa e seu proprietário.

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