MST ocupa área em Tocantins e reforça luta por reforma agrária e justiça social

Na manhã da última  quinta-feira (17), cerca de 100 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam uma área localizada no assentamento Taboca, na Serra do Taquaruçu, no município de Monte do Carmo (TO). A ação faz parte da Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária Popular, realizada anualmente em abril em memória ao Massacre de Eldorado do Carajás, quando 21 trabalhadores rurais foram assassinados em 17 de abril de 1996.

Para o MST, a ocupação simboliza a urgência de resolver desigualdades no acesso à terra e enfrentar as violências que ainda assolam o campo. “Passados 29 anos, a luta por terra, dignidade e justiça no campo continua atual e necessária diante do abandono e das irregularidades fundiárias na região,” destacou o movimento.

Irregularidades fundiárias e reivindicações jurídicas

A área ocupada tem histórico de irregularidades já reconhecidas pelo Ministério Público Federal (MPF), que, em 2023, instaurou um procedimento administrativo para monitorar o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) na destinação do Lote 14, no Loteamento Serra do Taquaruçu. Apesar das diligências realizadas, o processo de destinação ainda não foi concluído.

Outra reivindicação do MST é a retomada da Fazenda Santa Ádyla, uma área de 1.225 hectares de terras públicas que, segundo o movimento, está sendo explorada ilegalmente para o cultivo de soja transgênica. Documentos oficiais apontam que o registro da fazenda foi feito com base em um título inexistente, sobrepondo-se a terras legítimas destinadas à reforma agrária desde 1984.

Impactos da ocupação e cobranças ao governo federal

O MST exige ações urgentes do governo federal, incluindo a retomada de áreas públicas griladas e sua destinação para reforma agrária sustentável, fundamentada na agroecologia e na construção da soberania alimentar. A ocupação também reforça a denúncia contra práticas de grilagem e devastação ambiental promovidas por fazendeiros na região.

Para as famílias que participam da ação, a luta vai além da reivindicação de terras, representando o direito de produzir e viver dignamente no campo. O movimento cobra maior celeridade na legalização das áreas ocupadas e políticas efetivas que garantam justiça social e preservação ambiental.

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